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Procedimentos

Considerada uma doença da mulher moderna, a endometriose caracteriza-se pela presença do endométrio fora do útero. O endométrio corresponde ao tecido que reveste a cavidade do útero, preparando-o para receber o embrião. Quando não ocorre fecundação, este tecido se descama e é eliminado através da menstruação. Na endometriose este tecido se implanta fora do útero, migrando, através da corrente sanguínea, para órgãos como ovários, ligamentos pélvicos, intestinos, bexiga, apêndice e vagina. Em casos mais raros pode ser encontrado em órgãos distantes, como pulmão, pleura e sistema nervoso central. Isso faz com que a doença seja tratada multidisciplinarmente, por especialistas de diversas áreas.

Algumas teorias apontam as causas do aparecimento do endométrio fora do útero. A mais conhecida é a “menstruação retrógrada”, que ocorre quando o fluxo sanguíneo volta pelas tubas uterinas, sendo derramado nos órgãos próximos, como ovários, peritônio, intestino. Outra teoria muito considerada para o desenvolvimento da doença são falhas no sistema imunológico. Uma outra hipótese estuda a transformação de células, que assumem as características do endométrio, fora do útero.

Antigamente, as mulheres menstruavam menos, cerca de 40 vezes durante seu período reprodutivo, pois engravidavam mais vezes. Isso inibia o desenvolvimento da doença. Hoje, a mulher tem cerca de 400 menstruações durante este período. Estresse, ansiedade e fatores genéticos também podem estar relacionados à incidência da doença.

O fenômeno pode causar dores intensas no período menstrual, como cólicas que chegam a se tornar incapacitantes, além de dores durante as relações sexuais, dificuldade de engravidar e infertilidade.

Os transtornos físicos causados pela doença afetam diretamente a qualidade de vida da mulher, que também é prejudicada em suas relações pessoais e profissionais. As fortes dores muitas vezes obrigam a portadora da enfermidade a faltar ao trabalho, além de alterarem sensivelmente seu estado de humor, tornando difícil o convívio com outras pessoas.

Apesar da gravidade da doença e do grande número de mulheres que sofrem com este mal, a desinformação a respeito da endometriose leva ao diagnóstico tardio, piorando as condições de tratamento e prolongando o sofrimento.

A cirurgia para endometriose é feita na maior parte dos casos com videolaparoscopia, que consiste em fazer pequenos buraquinhos no abdômen para inserir instrumentos que permitem retirar ou queimar o tecido endometrial que se encontra danificando outros órgãos como ovários, região exterior do útero, bexiga ou intestinos.